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MANHÃ COMUM

(Roberto Mendes e J. Velloso)   

 

Manhã comum

De um dia qualquer

Sem risos, prantos, nem sustos

Sem lembranças de marés

 

Amor materno

a sustentar o pensamento

Colunas de vento

Sentimento que me alarga

 

Afago a falta

Dou um sentido qualquer

Pra conviver com certa paz

Nos braços do meu algoz

 

Basta minha voz

Sobre os sons de um violão

Pra revidar a ingratidão

Na ilha da solidão

 

Mas sua lágrima

Corria no meu rosto

E a minha de outro gosto

Ruía seu coração

 

E sem palavras corria em volta

Envolto num manto de consolo

Que é o tom desta canção

 

Luar parado

Sobre desejos negados

Sobrancelhas desmaiadas

Olhos tristes, sem dormir

 

E aquela lagrima que brilhou a luz do dia

Dizendo o que escondias

Virou pranto em mim

 

Porque que guardas

Em fim de corredores

Vários tipos de dores

Em cores rosas sem fim?

 

Pois quando fala

Disfarças o que sente

Mostra presas de serpente

Com olhos de querubim

Roberto Mendes - Manhã Comum
(Roberto Mendes e J. Velloso)
CD: Minha História,1998

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