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MANHÃ COMUM
(Roberto Mendes e J. Velloso)
Manhã comum
De um dia qualquer
Sem risos, prantos, nem sustos
Sem lembranças de marés
Amor materno
a sustentar o pensamento
Colunas de vento
Sentimento que me alarga
Afago a falta
Dou um sentido qualquer
Pra conviver com certa paz
Nos braços do meu algoz
Basta minha voz
Sobre os sons de um violão
Pra revidar a ingratidão
Na ilha da solidão
Mas sua lágrima
Corria no meu rosto
E a minha de outro gosto
Ruía seu coração
E sem palavras corria em volta
Envolto num manto de consolo
Que é o tom desta canção
Luar parado
Sobre desejos negados
Sobrancelhas desmaiadas
Olhos tristes, sem dormir
E aquela lagrima que brilhou a luz do dia
Dizendo o que escondias
Virou pranto em mim
Porque que guardas
Em fim de corredores
Vários tipos de dores
Em cores rosas sem fim?
Pois quando fala
Disfarças o que sente
Mostra presas de serpente
Com olhos de querubim